05. Garbage, "Garbage"

04. Bob Dylan, "Bringing It All Back Home
Mesma coisa, só que diferente. Álbum clássico, sensacional. Mas ouvir Dylan requer atenção nas letras. Tá certo que esse foi o primeiro disquinho mais rock dele, então é interessante em termos de arranjo e tal. Mas a poesia é o que conta. Letras como as de "It's Alright Ma (I'm Only Bleeding)", "She Belongs To Me" e "It's All Over Now, Baby Blue" não podem passar despercebidas. Só que o típico ruído urbano, na maioria das vezes, tapa toda a mensagem externada por Dylan em sua voz fanhosa e autêntica. Ou autenticamente fanhosa. Ah, também há outro contra: "Maggie's Farm". Ouvi-la no caminho para o trabalho, quando você não está numa relação muito boa com os colegas ou com o chefe, pode incitar rebeldias descabidas e lhe causar problemas.
03. Nico, "Chelsea Girl"

O conselho se aplica ao restante da discografia da Nico, bastante experimental e bizarra. Coisas que não vão lhe interessar em ouvir às seis da manhã. Exceto o disco com o Velvet.
02. Nirvana, "In Utero"

E o vencedor é:
01. Marianne Faithfull, "Broken English"
Esqueça Elliott Smith ou Joy Division ou qualquer álbum desses exemplos clássicos de live-fast-die-young. Esse é o disco mais suicida de todos os tempos.
Contextualizando: Marianne nasceu em berço de ouro, virou pop star aos 17, mãe aos 18, mulher do Mick Jagger aos 19 e viciada em heroína e cocaína aos 23. Nem tente comparar: Amy Winehouse ainda perde. Após o fim da relação com o Rolling Stone, desistiu da carreira (ops!), entregou o filho para a avó e foi morar nas ruas de Londres, dedicando-se inteiramente aos maus hábitos, que deixaram sua voz de anjo limitada a grunhidos. Dois anos depois, conseguiu um novo contrato com uma gravadora, casou-se com o guitarrista da banda punk Vibrators, mudou-se para um apê bem caído, sem água nem eletricidade, e gravou Broken English.
O disco parece incorporar todos os sofrimentos de Marianne, direta ou indiretamente. Apesar de embalado em um sotaque eletrônico-ridículo, com tons de pós-punk e reggae, a voz rascante da cantora legitima todos os transtornos explanados nas letras, desde falta de grana ("Brain Drain") e abstinência de drogas ("What's the Hurry?") até o ápice da frustração sexual (a famigerada e x-rated "Why D'Ya Do It?"). Além disso, Marianne se identifica profundamente os sofrimentos de gente muito distante de sua realidade, como a terrorista alemã Ulrike Meinhof ("Broken English") e mesmo a classe trabalhadora (versão aterradora de "Working Class Hero", do Lennon). A própria cantora chegou a afirmar que esperava morrer depois desse disco, por isso a desova de tanta intensidade de uma vez só.
Portanto, se é o disco mais suicida de todos os tempos, qualquer pessoa minimamente descontente com o seu trabalho deve ficar o mais longe possível deste trabalho, porque a negatividade vai te puxar pra baixo. Não há como escapar. Totalmente desaconselhável para office boys & girls. Operadores de telemarketing, então, devem passar a quilômetros de distância. Okie dokie?
2 comentários:
Hehe, do caralho.
Mas Amy Winehouse ainda é modelo de suicida para mim, é mais recente, sabe?
Voltei o com o meu blog, que vai ganhar novo nome...
chsalgado.blogspot.com
Já tentei ouvir Garbage no trabalho. Não rola. Eu fui obrigada a prestar atenção na música; o que, de certa maneira, influenciou no job (rs).
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