Foda-se, eu não agüento, ele disse. E tudo se transformou ao redor. Pela primeira vez, ele admitia que não era nenhum ser sobrenatural que agüenta todo o peso do mundo com um sorriso no rosto, e passava a aparentar ser uma pessoa normal. Como ele de fato era. Os céus se abriram com sua palavra libertadora. Foda-se, não é nada de mais, não é nem mesmo um palavrão. É a mera concretização do desapego. Não se pode ter o controle de tudo, afinal. E quem foi mesmo quem disse a ele que deveria ser este Grande Responsável por Tudo? Deste momento em diante, ele foi outro. Limites estabelecidos, seus fantasmas se foram. Se um verbo o tornou livre, porque outros termos não ajudariam?
Afinal, o vai-à-puta-que-o-pariu e o vai-tomar-no-olho-do-seu-cu não devem ter sido criados à toa.
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